Como a Inteligência Artificial aprimora a prática jurídica  

Com o avanço exponencial da tecnologia nos últimos anos, muito tem se discutido sobre a automação e as inovações que a Inteligência Artificial traz para o setor jurídico, transformando as leis e a forma como o Direito é exercido. Atualmente, esta tecnologia já é aplicada nas mais diversas áreas de trabalho como por exemplo, na medicina em cirurgias, na economia em análise de cenários financeiros e, no Direito em softwares jurídicos e sistemas de tribunais. 

A Inteligência Artificial, ramo da tecnologia que replica ações da mente humana, permitindo produzir, desenvolver e acumular critérios de aprendizado ao longo do tempo pelo ser humano com grande eficiência e velocidade, já está presente no dia a dia da maioria das pessoas, está em anúncios disponíveis nas redes sociais, nos aplicativos de celular e em softwares de computador usados pelas empresas para atenderem clientes.  

O Direito está cada vez mais sendo impactado pela Inteligência Artificial e sua capacidade de trazer maior eficiência na análise de processos, com economia de tempo e de recursos humanos. Desde maio de 2018, o Supremo Tribunal Federal (STF) utiliza o sistema “Victor” que foi desenvolvido para identificar, interpretar e separar recursos por temas, com capacidade para atuar não só no STF, mas em todo o Poder Judiciário.  

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que também utiliza Inteligência Artificial, aplica esta tecnologia em pesquisas de jurisprudência com o intuito de promover facilidade, otimização e praticidade ao dia a dia dos advogados, permitindo a separação dos resultados desejados por tribunal, relator, ramo do Direito e data com resultados.  

A Inteligência Artificial também tem sido aplicada em escritórios e departamentos jurídicos, sendo utilizada para aumentar a eficiência do processo de pesquisa de ações, analisar documentos e classificações de dados, minimizar erros nos processos de produção de relatórios, entre diversas outras atividades de rotina do segmento.  

Diversas operações jurídicas são possíveis automatizar com Inteligência Artificial, o que possibilita um melhor direcionamento dos advogados, contribuindo com a potencialização das habilidades intelectuais destes profissionais, visto que dessa forma podem se dedicar às atividades estratégicas que realmente necessitam de intervenção humana, como teses jurídicas e relacionamento com clientes, terceirizando as atividades repetitivas e de volume.  

Dentre os diversos benefícios que a Inteligência Artificial proporciona para os advogados destacam-se: 

  • Melhor gestão das informações, documentos e processos, dando mais velocidade às demandas jurídicas; 
  • Automatização do preenchimento de dados que se repetem em processos judiciais; 
  • Criação de modelos cognitivos, prevendo as tendências de julgamentos e resultados dos processos; 
  • Automatização dos procedimentos realizados por empresas no gerenciamento de novos processos judiciais; 
  • Elaboração de provisionamento mais assertivo. 

Uma das grandes discussões que permeiam este tema é que os advogados serão substituídos pela Inteligência Artificial, mas isso não é verdade, uma vez que a Constituição Federal assegura a prática da advocacia como uma função essencial ao cumprimento da justiça, visto que os advogados são considerados agentes de defesa dos direitos dos cidadãos, tendo o dever de explicar a situação jurídica de cada cliente de forma acessível, produzir argumentos e teses que correspondam as particularidades de cada caso, acompanhar clientes em audiências, criar pareceres jurídicos, entre diversas outras atividades não desempenháveis por máquinas e robôs. 

Portanto, os advogados que souberem utilizar e compreender a Inteligência Artificial como uma ferramenta a auxiliar a produtividade das atividades de rotina, serão profissionais habilitados a criarem soluções mais assertivas, otimizando tempo e aumentando a produtividade sem precisar concorrer com a Inteligência Artificial, mas trabalhando em conjunto com esta tecnologia que proporciona inúmeros benefícios para a prática jurídica. 

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