A tecnologia no setor jurídico está evoluindo rapidamente, transformando a maneira como os departamentos jurídicos operam.
No entanto, muitas equipes se encontram sobrecarregadas pelas possibilidades que a tecnologia oferece, lutando para integrar soluções pontuais fragmentadas e manuais no seu fluxo de trabalho.
Exatamente por isso, o principal consórcio internacional de Legal Operations, o Corporate Legal Operations Consortium (CLOC), defende que é fundamental que departamentos jurídicos tenham um “mapa” de desenvolvimento tecnológico.
Ou seja: mapear os diferentes estágios de maturidade tecnológica, entendo onde se está e para onde se quer ir, é essencial para atingir operações jurídicas modernas e eficientes.
Neste artigo, vamos explorar os quatro diferentes estágios de maturidade tecnológica, cada um representando um ponto crucial na jornada de transformação digital. Leia este conteúdo e descubra o nível de maturidade tecnológica do seu departamento jurídico!
1º estágio: Não desenvolvido
No 1º estágio de maturidade tecnológica, “Não Desenvolvido”, os departamentos jurídicos enfrentam desafios consideráveis na incorporação de tecnologia.
Nessa fase, é comum o uso limitado de ferramentas como o pacote Office, ou produtos jurídicos de segunda linha, que não são mais vistos como líderes de mercado. A descentralização e a falta de padronização dos dados também são problemas evidentes, com informações vitais muitas vezes dispersas em e-mails fragmentados.
Essa realidade reflete a ausência de uma estratégia tecnológica integrada, comprometendo a eficiência e a modernização das operações jurídicas. As soluções tecnológicas existentes são subutilizadas, indicando uma necessidade urgente de desenvolver um plano de ação para otimizar o uso de tecnologia.
O reconhecimento deste estágio inicial é um passo crucial para os departamentos jurídicos que buscam melhorar suas operações e se alinhar às tendências modernas do setor. Este é o momento de identificar as lacunas, estabelecer um roteiro claro para o desenvolvimento tecnológico e iniciar a jornada rumo à transformação digital.
2º Estágio: Em Ascensão
No 2º estágio, “Em Ascensão”, os departamentos jurídicos começam a definir objetivos de negócios e a identificar tecnologias-chave preferenciais. Este estágio é marcado por uma maior conscientização sobre as necessidades tecnológicas e um esforço para alinhar a tecnologia com as estratégias de negócio da empresa.
Neste momento, as ferramentas implementadas costumam incluir: gestão de contencioso, gestão de honorários (e-Billing), gerenciamento de documentos e assinaturas digitais.
Também há uma melhoria na padronização e no rastreamento de dados, embora estes ainda possam estar limitados e não completamente integrados.
Em relação a adoção da tecnologia entre os usuários, os advogados começam a usar ferramentas essenciais para tarefas básicas, mas ainda resistem ao uso significativo dessas tecnologias. Esse comportamento reflete a fase inicial de integração tecnológica, onde há um reconhecimento crescente da importância da tecnologia, mas ainda há hesitação em adotá-la plenamente nas operações jurídicas.
Em suma, este estágio representa um avanço significativo em comparação com o primeiro, com as organizações começando a reconhecer a importância da tecnologia e buscando maneiras de integrá-la mais efetivamente em suas operações jurídicas.
3º Estágio: Desenvolvido
No 3º estágio, “Desenvolvido”, os departamentos jurídicos avançam significativamente na jornada tecnológica. Muitos, por exemplo, possuem um plano de longo prazo, estruturado em torno de horizontes estratégicos, custos e prioridades.
Neste momento, os departamentos jurídicos implementam uma variedade mais ampla de soluções tecnológicas, abrangendo áreas como gestão de contratos, gestão de propriedades intelectuais e gestão de conhecimento.
Este estágio se caracteriza também pela estruturação de dados completos dentro de um sistema específico, mas eles ainda não são integrados de forma abrangente entre diferentes sistemas.
Já a adoção de ferramentas tecnológicas por todos os níveis do departamento jurídico se torna mais consistente. Os profissionais utilizam um conjunto central de ferramentas para as atividades do dia a dia, refletindo um avanço significativo em relação aos estágios anteriores. Embora haja progresso na adoção de tecnologias, o desafio permanece em integrar completamente os dados e sistemas para uma operação mais eficiente e unificada.
4º Estágio: Consolidado
No 4º estágio, “Consolidado”, os departamentos jurídicos atingem um alto nível de maturidade tecnológica.
Departamentos neste nível de maturidade costumam ter um plano estratégico de 5 anos, que integra totalmente a tecnologia aos objetivos de negócios da sua empresa.
Os departamentos jurídicos aqui também utilizam ferramentas desenvolvidas por legaltechs líderes de mercado e implementaram soluções como fluxos de trabalho automatizados, painéis de Business Intelligence e tecnologias baseadas em aprendizado de máquina.
A qualidade dos dados é superior, com informações padronizadas e integradas em sistemas centralizados. Isso garante consistência, sincronização e fontes de registros claras, eliminando dados redundantes.
Todos os níveis do departamento jurídico usam as ferramentas, aproveitando as análises e participando ativamente na implementação de novas soluções tecnológicas.
Enfim, este estágio reflete uma operação jurídica avançada, onde a tecnologia não é apenas uma ferramenta, mas um elemento fundamental na entrega de serviços jurídicos eficientes e inovadores.
Conclusão
Concluir esta jornada de maturidade tecnológica no setor jurídico é um desafio que muitos enfrentam. Se o seu departamento ainda está no início desta jornada, não se sinta desencorajado.
Cada estágio, desde o “Não Desenvolvido” ao “Consolidado”, é uma etapa crucial na evolução tecnológica. A transformação digital é um processo contínuo, cheio de aprendizados e oportunidades de crescimento.
Lembre-se, a tecnologia no setor jurídico não é apenas uma ferramenta, mas um componente essencial para a eficiência e a inovação. Encorajamos você a abraçar esta jornada, reconhecendo cada estágio como uma oportunidade para desenvolver e aprimorar suas operações jurídicas, sempre com o olhar no futuro.
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