Liderança estratégia e uso de IA  

Tecnologia para o jurídico e a necessidade de domínio técnico 

A liderança jurídica contemporânea exige (muito mais!) do que domínio técnico: ela demanda visão estratégica para integrar tecnologia de forma inteligente e responsável. Em especial, o uso da inteligência artificial no Direito vem se consolidando como uma ferramenta poderosa, mas que só gera valor quando guiada por conhecimento jurídico estruturado. 

Entre os temas centrais que merecem atenção, quando falamos de tecnologia, estão a combinação entre técnicas de organização e classificação de dados, IA preditiva (como a jurimetria, por exemplo) e IA generativa. Essa integração permite conectar modelos de linguagem com bases proprietárias dos escritórios e departamentos jurídicos, sistemas de gestão, jurisprudência, doutrina e outras fontes relevantes. O objetivo não é obter respostas da IA, mas sim refletir, por meio dela, o raciocínio jurídico sistematizado dos profissionais. 

A importância de manter bons juristas por perto 

Nesse contexto, advogados, magistrados e promotores não devem (e não podem) atuar como meros revisores de conteúdo gerado por máquinas. Eles são protagonistas na construção de soluções jurídicas tecnológicas, responsáveis por definir parâmetros, validar resultados e garantir que a inteligência artificial amplifique, e não substitua, a expertise humana. 

A transformação digital no Direito não é apenas uma questão de ferramentas, mas de liderança estratégica. E essa liderança começa com o conhecimento jurídico como base para inovação. 

A metáfora: pilotos, radiologistas e juristas 

A inteligência artificial tem sido aplicada em áreas como a radiologia para aumentar a precisão e acelerar processos. Ela ajuda os profissionais a interpretarem as imagens médicas com mais agilidade, identificar padrões e antecipar diagnósticos. Em vez de substituir o radiologista, a IA funciona como um apoio valioso na tomada de decisões clínicas. O papel essencial do especialista continua sendo integrar essas informações ao histórico e contexto do paciente: é essa combinação que gera valor. 

A mesma lógica se aplica à aviação. O piloto automático não eliminou a função dos pilotos, mas os auxilia em trajetos longos e rotineiros. Quando é preciso agir com rapidez, tomar decisões complexas ou lidar com situações inesperadas, o julgamento humano continua sendo insubstituível. Como bem resume o Conselho Regional de Técnicos em Radiologia de SP: “Embora possa ser verdade que a IA não substituirá os radiologistas, deve-se dizer que os radiologistas que usam IA, certamente substituirão àqueles que não o fazem, visto que estarão um passo à frente do futuro.” 

No Direito, o cenário é semelhante. A IA pode apoiar advogados, magistrados e promotores com automação de tarefas, análise de dados jurídicos e geração de documentos. Mas sua principal função é potencializar o conhecimento jurídico, não replicá-lo. A tecnologia pode cruzar jurisprudência, doutrina e dados internos, mas é o profissional que interpreta, valida e decide. 

Assim como na medicina e na aviação, os juristas que souberem usar a IA estrategicamente estarão à frente. Não como revisores passivos, mas como líderes que usam a tecnologia para ampliar sua capacidade de análise, tomada de decisão e entrega de valor. 

Fonte: Inteligência Artificial na Radiologia: assistente ou adversária – CRTR SP – CRTR5 SP 

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