Sob a ótica do branding para advogados
Sua marca pessoal no mercado jurídico
Advogados, em sua pessoa física, são uma marca? É necessário cuidar da reputação online? Como este marketing pessoal acontece na prática? Há uma fórmula para criação de marca pessoal de advogados?
Se fôssemos criar um dicionário somente de termos do marketing para profissões, com certeza seria inclusa a palavra “branding”, que é um termo que vem do inglês (brand/marca) e sua tradução literal é “marcar”, podendo ser entendida também como “rotular” ou “estigmatizar”, ou seja, o termo é sempre utilizado num sentido de definição de um conceito.
Quando o advogado decide entender e divulgar os detalhes da sua marca pessoal, será necessário olhar para o que ele pretende comunicar diariamente. Seja através do seu vestuário, seja através do posicionamento nas suas redes sociais (e a reputação criada para o cenário online), posicionamento durante networking, decoração do escritório (ou da casa, para os adeptos do home office!). E os elementos da identidade visual podem se desdobrar: como definição do design, cores escolhidas, nome que será utilizado e símbolo da marca registrada do advogado.
Como saber o que quero comunicar? A tríade principal do branding para advogados
Conscientemente, enquanto seres humanos, por vezes sequer sabemos o que estamos comunicando para o mundo externo – e para o mercado jurídico! Mas por que é importante criar esta consciência? Recentemente, a empresa “Red Crow Marketing” estimou que somos expostos entre 4.000 e 10.000 anúncios diariamente.
Foram contabilizadas marcas que aparecem na televisão, rádio, jornal, comércio, internet e qualquer outro tipo de mídia, física ou digital, com anúncios pagos.
Por isso, a importância de estratégias coerentes com os objetivos desta trajetória: para ganhar destaque em meio a quantidade exacerbada de anúncios diários.
Aqui, abordaremos os três principais diferenciais para sua marca pessoal:
Em primeiro plano, ao falar de vestuário – para o ao vivo ou o online -, passamos pelo conceito da “cognição indumentária”, que é um estudo sobre a influência da roupa no comportamento humano. Este estudo comprovou que a roupa que vestimos, impacta diretamente na forma que nos sentimos e nos comportamos, o que nos leva a escolher cores e formas que nos ajudem nos nossos objetivos.
Além deste, uma segunda temática forte quando se fala em marca pessoal para advogados, é o posicionamento. Como um advogado divulga seu trabalho (atendendo os limites éticos regulamentados pelo Código de Ética da OAB Nacional), que temáticas são escolhidas por ele, quais são seus valores e propósito e como anuncia suas áreas de especialização.
Tornar seus valores pessoais públicos é um movimento que deve ser feito cuidadosamente (mas não artificialmente). Quando falamos em branding para advogados, muitas pessoas pensam na criação de uma “persona”, quase que um personagem à parte. Esta não é a recomendação. Mas que haja, sim, uma reflexão em torno do que objetiva comunicar em cada publicação, site, redes sociais e, principalmente: no olho no olho.
Em terceiro plano – e definitivamente não menos importante: a rede de trocas, contato e networking. Estar bem inserido no mercado jurídico, se conectando com outros profissionais com valores similares (e distintos também!) é algo que enriquece a marca pessoal do advogado. De forma prática e objetiva: se interessar genuinamente por temas divulgados por colegas, prestigiar palestras do seu nicho de especialização, aderir a encontros on-line e realizar benchmarking.
Iniciando por esta tríade, o caminho para entender a marca pessoal do advogado, começa a ganhar uma configuração sólida.
O que evitar durante a construção da marca pessoal de um advogado?
O tópico pode ser parcialmente contestável, discutível e bem subjetivo. Mas, alguns tópicos são pontos vencidos!
- Evite uma publicidade sensacionalista: para atender o solicitado no Código de Ética e Disciplina[Link aqui aqui: www.oab.org.br/content/pdf/legislacaooab/codigodeetica.pdf] criado pela OAB, é importante se atentar as regras fundamentais no exercício da advocacia.
- Não inicie seu marketing jurídico antes de ler o Provimento 205/2021 da OAB, que regulamenta as regras para o Marketing Jurídico.
- Não realize divulgações que exponham clientes: é importantíssimo refrisar que advocacia é uma carreira que demanda sigilo, assim como a carreira da medicina ou psicologia.
- Não use termos que mercantilizem a profissão: é o exemplo de divulgações com termos como “promoções”, “pacote de serviços”, “descontos imperdíveis”.
Como destacar sua marca pessoal – enquanto advogado – na era da IA?
Hoje, vivemos um mercado jurídico que anda de mãos dadas com o uso da tecnologia e, mais especificamente, com a implementação da inteligência artificial. Diante da criação de softwares, plataformas de acordo, pesquisas jurídicas automatizadas, chatbots jurídicos, automação de documentos, onde fica posicionado o advogado em sua função clássica?
Aquele advogado que, antes, elaborava longas petições, realizava pesquisas doutrinárias por horas a fio e utilizava seu vade mecum durante a elaboração de peças, hoje não precisa mais realizar essas funções. O advogado que quer destacar sua marca pessoal num mundo de inovação jurídica, precisa entregar ao cliente e público-alvo, o que a tecnologia não entrega: humanidade.
O atendimento olho no olho, seguido do aperto de mão, a atenção personalizada caso a caso e a comunicação clara serão os diferenciais para o branding daquele advogado. Tudo isso, associado ao uso adequado da tecnologia: é a equação perfeita. Recomendamos a participação on-line no eLaw Experience: Elaw Experience – ELAW, por exemplo. Evento que acontece diversas vezes por ano e cuja inscrição pode ser realiza gratuitamente.
O advogado que se percebe como prestador de um serviço e, numa analogia, entregando as fases de pré-venda, venda e pós-venda, cria uma relação estruturada e de confiança com seu cliente final, tornando a experiência inovadora e humanizada (ao mesmo tempo!).
O equilíbrio entre o profissional e a pessoa em essência
Sabemos que a construção desta marca pessoal sólida demanda um equilíbrio, que é construído ano após ano. Junto com o profissional que se desenvolve, há o ser humano em contínuo aprendizado.
Investir na marca pessoal é também olhar para si e investir em autoconhecimento: criar conteúdos relevantes, se conectar com pessoas que também estão trilhando esta caminhada e entender o que objetiva comunicar, pode ser o melhor caminho para atrair um público alinhado com seus valores.
Links recomendados:
- Agência de branding com atendimentos on-line e presenciais: www.instagram.com/essencebranding
- Mentor de negócios com propósito: www.instagram.com/kikokislansky
- Leitura das dicas de branding trazidas pelo Grupo Analise: www.analise.com/opiniao/tres-dicas-de-personal-branding-para-advogados-e-advogadas-pretas
- Leitura da análise realizada pelo Júri Digital www.juridigital.com.br/marketing-juridico: